O Flamengo é campeão brasileiro.
Descontando a Copa União de 1987, um título polêmico, desconsiderado pelo Supremo Tribunal Federal, o rubro-negro carioca soma agora oito taças da principal competição do país, ficando atrás apenas do Palmeiras (12), que encara fim de ano melancólico.
Só que 2025 vai, para o time mais popular do país (na casa dos 30 milhões a 45 milhões de torcedores, a depender da pesquisa), muito além do Campeonato Brasileiro.
São até aqui, no ano, quatro troféus entre os mais de cem (considerando só os obtidos com o futebol profissional) na galeria flamenguista na Gávea.
Sob o comando do jovem treinador Filipe Luís, 40, ex-lateral esquerdo do clube e da seleção brasileira, o Flamengo faturou desde janeiro, pela ordem de importância, Libertadores (no sábado passado), Brasileiro (agora), Supercopa do Brasil (em fevereiro) e Estadual do Rio (em março).
A quadra de conquistas serve para igualar a Quádrupla Coroa de 2020 (Campeonato Brasileiro, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Estadual do Rio), tido como o ano mais marcante até então da agremiação que é sempre lembrada por ter como maior ídolo Zico, um dos melhores jogadores brasileiros da história.
Zico mencionado, o flamenguista mais atento e detalhista haverá de citar que em 1981, quando o Galinho de Quintino comandava, artilheiro que era, as ações rubro-negras em campo, o time conquistou cinco taças.
É fato. Teve a Libertadores (a primeira das atuais quatro), a Copa Intercontinental (Mundial interclubes, derrubando o Liverpool por 3 a 0 no Japão) e o Estadual. Só que os outros dois títulos têm relevância menor, pois de eventos internacionais (Copa Punta del Este e Torneio de Nápoles) que tiveram edição única. Quase ninguém se lembra deles nem os enaltece.
Desse modo, a comparação vale entre 2020 (equipe muito lembrada por ter o goleador Gabigol, hoje no Cruzeiro) e 2025. Qual desses anos é o mais glorioso para o Flamengo?
Qualitativamente, já é 2025, pois há a Libertadores no rol de conquistas. Quantitativamente, dá ainda para igualar 1981, só que com todos os títulos de relevância reconhecida.
Bruno Henrique, Danilo, De Arrascaeta e companhia disputam ainda, a partir do dia 10, a Copa Intercontinental da Fifa. Pegará o Cruz Azul (México). Ganhando, o Pyramids (Egito), no dia 14. Ganhando, a final, dia 17, diante do Paris Saint-Germain (França).
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O ganhador dela será um dos campeões mundiais deste ano. Sim, por essas coisas que só o futebol propicia (neste caso uma aberração, a meu ver), 2025 terá dois campeões do mundo, sem diferenciação para a Fifa.
Um deles é o Chelsea, que em julho passou por Palmeiras e Fluminense antes de bater o PSG por 3 a 0 na decisão em Nova Jersey (EUA), no primeiro Mundial da Fifa com 32 participantes. Nesse supermundial, o Flamengo parou nas oitavas de final, 4 a 2 para o alemão Bayern de Munique.
O outro será o vencedor da Copa Intercontinental, na decisão daqui a duas semanas, em Al Rayyan, no Qatar.
Não é o Muldialzão, é o Muldialzinho. Mas o Flamengo não tem nada com as incongruências da Fifa e, mesmo com um elenco exaurido por um ano exaustivo, empurrado, de perto ou de longe, pela incansável massa vermelha e preta, buscará forças para obter sua segunda taça mundial.
2025 já está ganho para o Flamengo. Só dá para melhorar. A Quíntupla Coroa o tornaria o mais sensacional dos seus 130 anos. Um ano único.
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Fonte: Folha de S. Paulo