A Polícia Federal, em parceria com o Exército Brasileiro, deflagrou na manhã desta sexta-feira (15) a Operação Mamon, simultaneamente à Operação Ágata Fronteira Oeste 2, com o objetivo de combater os ilícitos ambientais relacionados à extração ilegal de ouro e usurpação de bens da União na Terra Indígena Sararé, situada em Pontes e Lacerda, a 448 km a oeste de Cuiabá.
Durante três dias de incursões pela floresta, as equipes realizaram a desintrusão de garimpeiros atuantes na região de forma ilegal. Além disso, maquinários e utensílios utilizados nas atividades criminosas foram inutilizados, contando com o apoio de aeronaves para acompanhamento e proteção das equipes em solo.
As buscas aéreas revelaram a localização de maquinários e petrechos utilizados pelos criminosos, muitos dos quais estavam escondidos nas matas. Na fase de repressão e fiscalização na Terra Indígena Sararé, 17 pás carregadeiras e 17 motores de dragagem foram inutilizados, juntamente com diversas estruturas de madeira usadas como bases pelos garimpeiros. Essa medida foi adotada para evitar o uso indevido desses bens, cuja remoção se mostrou inviável, resultando em prejuízos estimados de aproximadamente 20 milhões de reais para a organização criminosa.
Simultaneamente, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em propriedades rurais que fazem limite com a Terra Indígena Sararé. Essas ações visam apurar indícios de que essas propriedades são utilizadas como base para os criminosos, facilitando o acesso ilegal ao território indígena, tanto de pessoas quanto de maquinários.
A Operação Mamon contou com a participação de órgãos como IBAMA, FUNAI, Força Nacional e Centro Integrado de Operações Aéreas de Mato Grosso (CIOPAer/MT) em todo o planejamento e execução do trabalho. A colaboração entre essas instituições possibilita a otimização de recursos e capital humano, resultando em uma ação conjunta mais eficaz.
As investigações seguem para analisar os elementos coletados durante as buscas, buscando identificar os financiadores dessa atividade ilegal. O objetivo é também desmantelar as organizações criminosas que, ao impactarem a Terra Indígena Sararé, causam danos ambientais irreversíveis.