Na terça-feira (02), uma tragédia abalou Juscimeira, localizada a 164 km de Cuiabá, com a morte de Rosângela Oliveira da Silva, de 49 anos, vítima de múltiplas facadas dentro de sua residência. A principal suspeita do crime recai sobre seu namorado, Claudenir Ferreira dos Santos, de 33 anos, que teria fugido com o carro da vítima logo após o assassinato. No entanto, sua fuga chegou ao fim na quarta-feira (3), quando foi detido em um ônibus na Bahia.
Rosângela e Claudenir mantinham um relacionamento há cerca de dois anos e compartilhavam o mesmo lar. O filho da vítima foi quem alertou as autoridades, pois não conseguia contato com sua mãe desde a noite anterior. Ao chegar à residência, deparou-se com o vidro da porta da frente quebrado, o que levou à intervenção da Polícia Militar.
Ao entrar no quintal da casa, os policiais avistaram através de uma janela o corpo da vítima na cozinha. Após forçarem a entrada, constataram o óbito de Rosângela, vítima de múltiplas perfurações, incluindo uma facada no pescoço.
Relatos de vizinhos indicaram que na noite do crime houve discussões e barulhos por volta das 20h. A perícia foi acionada e a Polícia Civil iniciou as investigações sobre o caso.
Esse acontecimento joga luz sobre a preocupante situação do feminicídio em Mato Grosso, que registrou a maior taxa do país, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. Dados revelam que, em 2023, foram contabilizados 46 feminicídios no estado. Alarmantemente, apenas 5 das vítimas possuíam medida protetiva contra o agressor, evidenciando a necessidade de aprimoramento das políticas de segurança pública.
A Lei do Feminicídio, promulgada em 2015, estabelece que o assassinato de uma mulher por razões de sua condição feminina seja punido com penas de 12 a 30 anos de reclusão. Para ser enquadrado como feminicídio, o crime deve ocorrer em um contexto de desigualdade de gênero, muitas vezes associado ao ciclo da violência doméstica, englobando aspectos físicos, psicológicos e financeiros.