O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belém no mês de janeiro fechou em 0,75%, se mantendo praticamente no mesmo ritmo de dezembro, quando ficou em 0,76%. Esse patamar fica acima da média nacional de 0,42%, apresentada no mesmo período.
Na capital paraense, o grupo de alimentação e bebidas foi o que mais impactou o índice, com uma alta de 2,70%, a segunda maior do país, ficando atrás apenas de Belo Horizonte, com 2,73%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8).
A alta na capital paraense no grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso na cesta de consumo das famílias (21,12%), foi quase o dobro da média nacional, que fechou em 1,38%. Isso significa um peso de 0,29 ponto percentual no IPCA do mês. É a maior alta de alimentação e bebidas para o mês desde 2016, quando o grupo alcançou elevação de 2,28% a nível nacional.
Nem o plano B está dando
Para o consumidor de Belém, os números apenas comprovam o que se faz sentir diariamente no bolso. Os preços de alimentos como cenoura, batata e o sagrado feijão dispararam, complicando a situação de muitas famílias. “Não compro mais cenoura e batata desde dezembro, praticamente dobraram de preço, não sei o que está havendo”, diz Abmael Moreira, vigilante e pai de três filhos. Segundo o morador da Guanabara, até as opções para substituir os alimentos em alta, estão com preços acima do considerado normal.
“A batata a gente substitui geralmente por chuchu ou pela batata-doce, a cenoura pela abóbora, mas ultimamente nem isso está dando, o chuchu e a batata-doce estão quase o preço da batata, o jeito é simplesmente não comprar. As frutas então, pra quem tem criança é complicado. Não tem mais nenhuma com o preço abaixo de R$ 8. Se você compra cinco laranjas hoje dá dez reais”, diz Abmael.
Custos da alimentação
Entre os alimentos que mais pesaram no bolso do brasileiro estão a cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).
“Historicamente, há uma alta dos alimentos nos meses de verão, em razão dos fatores climáticos, que afetam a produção, em especial, dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño”, destaca Almeida.
O pesquisador contextualiza ainda que no caso do arroz, a Índia, maior produtor mundial, enfrentou questões climáticas que atingiram a produção e cortou as exportações no segundo semestre de 2023. O resultado é menos produto à venda e, consequentemente, maior o preço.