Em um desdobramento chocante, um crime ocorrido no Shopping Popular ganha contornos de uma disputa sangrenta após uma discussão banal por um problema em um celular. O comerciante Gersino Rosa dos Santos, conhecido como Nenê, de 43 anos, foi morto em novembro de 2023, juntamente com Cleyton de Oliveira Paulino, 27, em um trágico episódio de violência armada.
Em uma coletiva de imprensa realizada recentemente, o delegado Nilson Farias revelou detalhes perturbadores sobre o caso. Segundo ele, mãe e filho, Wanderley Barreiro, 31 anos, e Jocylene Barreiro, 60 anos, foram presos sob a suspeita de serem os mandantes do assassinato, alegadamente buscando “justiça com as próprias mãos“. O motivo por trás desse ato extremo remonta a uma discussão testemunhada no Shopping Popular entre Nenê e Girlei Silva da Silva, conhecido como “Maranhão”.
O assassinato de Maranhão, ocorrido duas semanas antes do trágico episódio no shopping, foi o ponto de partida para a escalada de violência. Tudo começou com uma simples transação comercial: Maranhão adquiriu um celular de Nenê e, insatisfeito com o produto, reclamou sobre um defeito. A discussão que se seguiu no Shopping Popular teve consequências fatais, com Maranhão perdendo a vida poucos dias depois.
Mãe e filho, atribuindo a culpa a Nenê pela morte de Maranhão, decidiram agir. Wanderley e Jocylene foram presos em Campo Grande (MS) e transferidos para Cuiabá, onde responderão pelo crime. Segundo o delegado, ambos já tinham passagens pela polícia, com Wanderley por homicídio em Uberlândia e Jocylene por porte ilegal de arma de fogo. A reviravolta chocante veio à tona quando foram encontradas diversas armas de fogo na residência da mãe, incluindo uma disfarçada como uma caneta, com registro falso.
O plano macabro envolveu um terceiro indivíduo, um atirador identificado como Silvio Junior Peixoto, de 26 anos. Este último confessou o crime, afirmando ter recebido uma quantia em dinheiro pelo “serviço” para quitar suas dívidas. Surpreendentemente, o atirador não possuía antecedentes criminais.
A família envolvida no crime, de origem cigana, viveu em Cuiabá por um curto período, durante o qual ocorreu o assassinato de Maranhão. Após a tragédia, mãe e filho mudaram-se para Campo Grande. Agora, enfrentarão a audiência de custódia nesta sexta-feira (5), para responderem por seus atos de violência e vingança desmedida.