Desabamento em Mina Ilegal Deixa Garimpeiros Soterrados

Na madrugada desta sexta-feira (24), um desabamento em uma mina de cobre localizada na vila Nova Jerusalém, zona rural de Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, deixou três garimpeiros presos a uma profundidade de aproximadamente 60 metros. O incidente aconteceu durante a troca de turno dos trabalhadores e bloqueou a entrada principal do túnel com os escombros de uma caixa de contenção que cedeu. As vítimas estão soterradas há quase 24 horas.

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram acionadas por volta das 6h da manhã e seguem mobilizadas em uma operação de resgate que apresenta desafios significativos devido às condições instáveis do local. Segundo os bombeiros, os garimpeiros soterrados estão vivos e conseguem se comunicar com os colegas por meio de uma abertura estreita, onde recebem água e alimentos através de uma tubulação improvisada.

A mina, considerada ilegal pelas autoridades, apresenta estrutura precária e risco elevado de novos desmoronamentos. Além da entrada principal bloqueada, outra via de acesso ao túnel foi identificada, mas está inundada com cerca de 30 metros de água, complicando ainda mais os esforços de resgate.

Situação Complexa e Sem Previsão de Conclusão
O soldado Barata, que integra a guarnição no local, destacou a gravidade da situação:
“A operação exige extrema cautela para evitar novos desmoronamentos. Não há previsão de término. Estamos trabalhando para garantir a segurança tanto dos resgatados quanto dos envolvidos no salvamento. As vítimas estão sendo hidratadas e alimentadas, mas nossa preocupação é o tempo”, afirmou em entrevista.

A estrutura desconhecida da mina ilegal representa um desafio adicional para as equipes de resgate, que contam com o auxílio dos próprios trabalhadores do garimpo para entender as condições internas.

Drenagem: Passo Crucial para o Resgate
O sucesso da operação depende da drenagem completa da água no acesso alternativo, permitindo que os militares cheguem até os garimpeiros. “Precisamos remover 30 metros de água antes de prosseguir com o resgate. Depois disso, avaliaremos se será possível descer até o local ou puxar as vítimas à superfície”, explicou o soldado.

As próximas horas serão decisivas para determinar os rumos da operação e a possibilidade de salvar as vítimas que seguem soterradas. As equipes permanecem empenhadas, trabalhando contra o tempo para evitar novas tragédias.

Com informações de O Liberal