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Estudante Condenada por Assassinato é Expulsa de Faculdade de Medicina em Campinas

Após queixas de alunos, instituição toma medida contra estudante envolvida em caso de homicídio que chocou o país

Na última sexta-feira (16), a estudante condenada pelo assassinato de sua amiga Isabele Guimarães foi desligada da Faculdade São Leopoldo Mandic, localizada em Campinas (SP). A decisão foi tomada pela instituição após receber múltiplas queixas de alunos sobre a presença em sala de aula de uma estudante envolvida em um homicídio que comoveu todo o país.

Ela, assim como sua irmã gêmea, estava matriculada no curso de Medicina, cuja mensalidade atual é de R$ 13.878,00, conforme informações disponíveis no site da instituição.

Segundo reportagem de Ullisses Campbell, do jornal O Globo, após as reclamações dos acadêmicos, a instituição iniciou uma sindicância e concluiu que a presença da jovem, agora com 18 anos, estava causando tumulto nas aulas e poderia prejudicar a imagem da instituição. Além disso, o crime praticado pela estudante foi considerado incompatível com o curso de Medicina, cujo objetivo principal é salvar vidas.

“A Faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A aluna terá direito a apresentar recurso, seguindo os princípios do contraditório e da ampla defesa”, afirmou a instituição em nota encaminhada à reportagem.

Desde a ocorrência do crime, em 12 de julho de 2020, a jovem mudou de escola devido à hostilidade que enfrentava e também foi alvo de agressões verbais em um salão de beleza.

Relembrando o caso, Isabele visitou a casa de sua amiga B.O.C., ambas com 14 anos na época, para fazer um bolo. As duas eram vizinhas no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá, e frequentavam a casa uma da outra com frequência.

Isabele Guimarães Rosa, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça no condomínio Alphaville, em Cuiabá. — Foto: Instagram/Reprodução

Ao anoitecer, enquanto estavam no quarto da anfitriã, Isabele foi baleada no rosto pela amiga. O único tiro a atingiu a curta distância, e ela faleceu no local. Inicialmente, a atiradora alegou que foi um acidente, porém, a perícia concluiu que o disparo foi intencional.

B.O.C. era uma atiradora profissional e havia ganhado campeonatos de tiro esportivo pouco antes do crime. A arma usada no homicídio foi levada à residência pela então namorado da condenada.

A criminosa foi condenada a 3 anos de reclusão, mas permaneceu detida por 17 meses no Lar Menina Moça, localizado no Complexo Pomeri, em Cuiabá.

Nota da faculdade

Em relação ao caso da aluna ingressante no curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, a Instituição tomou conhecimento do fato a partir de uma denúncia feita ao Comitê de Compliance.

Foi feita uma apuração e constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico.

Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a Faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa.

A Faculdade tem como nortes a estabilidade de sua comunidade, a dignidade acadêmica e o respeito aos princípios éticos que regem o ensino superior, para o que se faz necessário afastar riscos à reputação e imagem da Instituição, construída ao longo dos últimos 30 (trinta) anos.

163noticias.com.br com informações do G1