Família de Vítimas de Assassinato Brutal em Sorriso Processa Estado por R$ 40 Milhões
A família de Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas, brutalmente assassinadas em Sorriso no ano passado, entrou com uma ação contra o Estado de Mato Grosso, pedindo uma indenização de R$ 40 milhões. A ação foi movida pelo marido e pai das vítimas, Regivaldo Batista Cardoso, e pela mãe e avó, Soeli Fava Calci.
Cleci e suas filhas, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, e duas menores de 13 e 10 anos, foram assassinadas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos na noite de 24 de novembro. Gilberto invadiu a residência da família, localizada no Bairro Florais da Mata, e também estuprou Cleci e suas duas filhas mais velhas.
Segundo o advogado da família, Conrado Pavelski Neto, houve negligência e omissão por parte da polícia. Gilberto, que era foragido por latrocínio, estupro e tentativa de homicídio, deveria estar preso. Pavelski destacou que dois meses antes do crime, Gilberto esteve na Delegacia de Sorriso para comunicar o extravio de documentos e foi direcionado para uma casa de repouso na cidade.
“No dia dos fatos, curiosos encontraram um documento timbrado da Delegacia de Sorriso e um mapa explicando onde ficava a casa de apoio da cidade. Esse documento indicava que Gilberto havia procurado a polícia informando um extravio de documentos dois dias antes de cometer um crime de estupro e tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde e já tinha um mandado de prisão em aberto desde 2022 por latrocínio em Goiás,” explicou Pavelski.
O advogado contestou a alegação de que Gilberto não foi identificado corretamente por causa do nome de sua mãe. “Se uma pessoa vai à Delegacia e informa seu nome, o sistema já mostra todos os dados. Se ela estiver mentindo, é presa. Está claro o dever do Estado em reparar esses danos à família.”
O Crime
Gilberto trabalhava em uma obra próxima à residência da família e observou a rotina das vítimas. Ele invadiu a casa pulando o muro e entrou por uma janela aberta. Cleci o flagrou e tentou enfrentá-lo, mas foi esfaqueada após uma luta. As filhas, que acordaram com o barulho, presenciaram o ataque. Gilberto esfaqueou Miliane e a adolescente e asfixiou a criança. Depois, estuprou Cleci, Miliane e a adolescente antes de fugir com a calcinha da menor.
Gilberto escondeu as roupas usadas no crime em uma sacola em um contêiner na obra onde trabalhava e continuou sua rotina normalmente. Ele foi preso em flagrante dois dias depois, na manhã em que os corpos foram encontrados, e confessou o crime. Atualmente, Gilberto está recluso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.