A Ferrogrão (EF-170) é um tema de extrema relevância para aqueles que vivem e trabalham nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. No entanto, sua importância transcende essas fronteiras, sendo uma obra estruturante de valor significativo para todo o país. Ao conectar o município de Sinop, no Mato Grosso, aos Portos de Miritituba, no Pará, a Ferrogrão promete uma redução substancial nos custos de logística de transporte, facilitando o escoamento de grãos e impulsionando o desenvolvimento econômico.
No primeiro semestre de 2023, a movimentação de cargas nesse trecho já aumentou em 30% em comparação com o mesmo período em 2022, indicando uma tendência de crescimento contínuo. Atualmente com capacidade instalada de 58 milhões de toneladas, há projeções de expansão para mais de 42 milhões de toneladas nos próximos 10 anos.
As estações portuárias no Arco Norte possuem capacidade operacional para lidar com a alta produção do agronegócio brasileiro. No entanto, a implementação da Ferrogrão é fundamental para garantir o transporte eficiente dessas cargas, uma vez que a BR-163 sozinha não será suficiente. A via férrea seguirá o traçado da BR, complementando os modais rodoviário e ferroviário. Sua função crucial será o escoamento da produção agrícola, incluindo milho, soja, algodão, açúcar e etanol, além de facilitar o transporte de combustíveis, fertilizantes e produtos manufaturados na Zona Franca de Manaus, entre outros.
A Ferrogrão promete viabilizar o transporte com custos competitivos, contribuindo para a geração de impostos, empregos locais e elevação da qualidade de vida e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na região do Arco Amazônico.
Recentemente, houve avanços significativos para transformar a Ferrogrão em realidade. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, autorizou a retomada da análise dos estudos e processos administrativos relacionados à ferrovia. Além disso, debates sobre a importância da Ferrogrão estão em curso, com representantes de iniciativas privadas e órgãos do poder público discutindo a plena finalização da via férrea. A obra está incluída nos investimentos previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2026.
É imperativo avançar. O país não pode mais prescindir de uma obra estruturante de tal magnitude, que trará benefícios não apenas para a região, mas para toda a economia nacional. Defendemos a conclusão dos estudos e a continuidade do processo de concessão da Ferrogrão. A união dos modais rodoviário, hidroviário e ferroviário é essencial para o crescimento, desenvolvimento e eficiente escoamento de diversos produtos.