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ITAITUBA- Funerária retira corpo de dentro do hospital sem autorização de familiares e causa transtornos

Casos de remoção de corpos sem autorização familiar expõem falta de fiscalização e abuso por parte de funerárias em Itaituba e Novo Progresso

Em Itaituba, no sudoeste do Pará, ocorreu um caso recente de abuso no dia 23 de setembro. Uma senhora, que havia perdido o marido recentemente, contratou os serviços da funerária ITAPAGUAPAX. No entanto, ao chegar ao hospital municipal, ela descobriu que outra funerária havia removido o corpo sem sua autorização. Ainda abalada pelo luto, a viúva Karoline relatou ao 163 Notícias: “Eu estava no cartório resolvendo a documentação quando retiraram o corpo do hospital sem minha autorização. Eles realizaram todos os procedimentos e ainda me forçaram a pagar R$ 1.000,00 para liberar o corpo à funerária que eu havia escolhido”. Karoline afirmou que a funerária São João praticamente sequestrou o corpo do marido e que, para recuperá-lo, foi obrigada a pagar o valor exigido. Casos como esse, segundos relatos de outras famílias, têm ocorrido com frequência, gerando constrangimento e sofrimento num momento de dor.

A reportagem entrou em contato com o proprietário da Itaguapax, que nos informou ter sido contratado para prestar o serviço no dia 23. Ao chegar ao hospital municipal para remover o corpo do Senhor José Ribeiro de Souza, a empresa descobriu que o corpo não se encontrava mais no local. O proprietário afirmou que situações semelhantes acontecem com frequência, mas que sua empresa não compactua com esse tipo de prática. Eles esperam o contato direto de familiares ou amigos para dar início ao atendimento. Já a funerária São João, responsável pela remoção sem autorização, não respondeu às tentativas de contato feitas pelo 163Notícias.

No município de Novo Progresso, a situação é ainda mais complicada devido à ausência de um Instituto Médico Legal (IML) na cidade. Isso facilita ainda mais os abusos por parte de algumas funerárias, especialmente em casos de acidentes fatais, homicídios ou situações semelhantes. Como não há IML, os corpos são imediatamente removidos pelas viaturas funerárias, e quando os familiares recebem a triste notícia, muitas vezes, todo o procedimento para o funeral já foi realizado sem qualquer consulta ou autorização.

Essas famílias se veem obrigadas a pagar por um serviço já realizado, sem ter a opção de buscar outras empresas, com orçamentos que podem ser extremamente altos. Em alguns casos, os familiares chegam a pedir ajuda em grupos de WhatsApp locais para custear o valor exorbitante cobrado pelos serviços funerários.

A pergunta que fica é: como essas empresas têm o conhecimento da presença de um corpo no hospital? Quem autorizou a remoção sem o consentimento da família e sem a documentação necessária? A ausência de fiscalização por parte dos órgãos competentes permite que mais famílias sofram com esse tipo de abuso.

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