Laboratório é interditado e dono é preso por fraude em exames

Um laboratório de análises clínicas foi interditado e o proprietário preso em flagrante nesta quinta-feira (3), em Cuiabá, durante uma ação conjunta da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária Municipal. O local é suspeito de não realizar a análise das amostras coletadas e de fraudar laudos de exames laboratoriais. A empresa havia sido contratada pela antiga gestão da Prefeitura da capital e também atendia a um plano de saúde e hospitais da rede privada.
Segundo informações da Polícia Civil, o dono do laboratório responderá por crimes contra a administração pública, incluindo peculato, e também é investigado por estelionato em um inquérito policial. Uma multa foi aplicada ao estabelecimento, embora o valor não tenha sido divulgado.
A denúncia que levou à fiscalização apontava que o laboratório deixava de processar os materiais coletados tanto pela Prefeitura quanto pela própria clínica. A empresa supostamente não realizava milhares de exames de sangue, urina, fezes e outros, colocando em risco a saúde e a vida dos pacientes.
Durante a inspeção, os agentes flagraram uma funcionária coletando sangue de um paciente encaminhado pelo município, mesmo sem qualquer equipamento em funcionamento ou materiais adequados para o procedimento. O ambiente destinado à análise das amostras estava completamente vazio, com máquinas desligadas, ausência de reagentes e produtos químicos, além de amostras de sangue armazenadas de forma inadequada sobre uma mesa, sem qualquer refrigeração.
Ao ser questionado, o proprietário admitiu que mantinha contrato com a Prefeitura de Cuiabá, além de receber materiais de um plano de saúde e de realizar coletas particulares. Ele afirmou que as amostras seriam enviadas a um laboratório terceirizado, mas não soube informar o endereço, nome dos responsáveis nem apresentar laudos clínicos. Também alegou que um motoboy fazia a coleta e a entrega do material, sem fornecer qualquer prova do processo.
O empresário foi conduzido à Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e deve passar por audiência de custódia, ficando à disposição da Justiça para os devidos desdobramentos legais.
Com informações do G1