Luciano Hang é condenado por injúria e difamação contra arquiteto
O empresário Luciano Hang, dono da varejista Havan e conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) por injúria e difamação contra o arquiteto Humberto Hickel. A decisão da 1ª Câmara Especial Criminal inclui, como penas, a prestação de serviços comunitários e o pagamento de uma indenização de R$ 36,3 mil a Hickel, valor correspondente a 35 salários mínimos na época dos fatos, ocorridos em 2020.
Luciano Hang nasceu em Brusque, Santa Catarina, em 1962. Ele estudou processamento de dados na Universidade Regional de Blumenau, mas optou por seguir a carreira de empreendedor, fundando a Havan em 1986. A loja, famosa pelo design inspirado na Casa Branca e pelas estátuas da liberdade em frente às suas unidades, começou em um pequeno espaço de 45m² e hoje conta com centenas de megalojas espalhadas pelo país.
Casado com Andrea Benvenutti Hang, com quem tem três filhos, Luciano Hang ganhou destaque nas redes sociais como “véio da Havan“, um apelido que ele mesmo adotou. O empresário tornou-se mais conhecido após a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, quando passou a se envolver mais ativamente na política. “Em 2018, vendo a necessidade de contribuir ainda mais com o Brasil, decidi me tornar um ativista político“, afirma Hang em sua biografia no Linkedin.
Em janeiro deste ano, Hang foi condenado a pagar uma multa de R$ 85 milhões por pressionar funcionários da Havan a votarem em Bolsonaro nas eleições de 2018. Além disso, em 2021, ele prestou depoimento à CPI da Pandemia por supostas ligações com o caso da operadora Prevent Senior. No relatório final da CPI, Hang foi citado como suspeito de disseminar fake news e incitação ao crime, mas a Procuradoria-Geral da República não deu seguimento à investigação.
Em 2022, Hang também foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investigou um grupo de empresários que teriam defendido um golpe de Estado caso o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições. Durante essa operação, o celular de Hang foi apreendido, mas ele afirmou à CNN que a PF não encontraria “nada” no aparelho. A operação resultou no bloqueio de sua conta no X (antigo Twitter) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Sobre o caso de injúria e difamação envolvendo o arquiteto Humberto Hickel, a assessoria de Hang explicou que o incidente ocorreu quando o empresário instalou uma estátua da liberdade em frente a uma loja em Canela, RS. Hang afirmou que Hickel fez um abaixo-assinado contra a estátua, mas que não teve apoio local e que pessoas de fora do país assinaram o documento. Hang disse que fez um vídeo sobre o caso na época e que, em primeira instância, venceu o processo, com o Ministério Público concordando que o termo “esquerdopata” não era motivo para criminalização, tratando-se de um debate político. Entretanto, o TJ-RS decidiu diferente, considerando as ações de Hang como crime. O empresário declarou que vai recorrer da decisão e que segue com a consciência tranquila, acreditando que exerceu seu direito à liberdade de expressão.
com informações da CNN