Papa Francisco Adverte Contra Legalização das Drogas e Chama Traficantes de “Assassinos”

O Papa Francisco alertou contra a legalização das drogas e chamou traficantes de “assassinos” em discurso durante sua audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira (26.06). A fala do pontífice ocorreu no contexto do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987 e celebrado nesta quarta-feira.

A redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada, o consumo será maior“, disse o Papa. Ele destacou a necessidade de prevenção, ensinando aos jovens os “valores que constroem a vida pessoal” e dando suporte às pessoas que já estão em vício.

Não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos“, afirmou Francisco, que continuou a falar sobre traficantes pouco depois, chamando-os de “traficantes da morte”. “Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte – quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo. Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade“, declarou.

Francisco também destacou o impacto da produção e do tráfico das substâncias no meio ambiente. “Isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica.”

O Papa não mencionou especificamente nenhuma droga e nem fez distinção entre as drogas consideradas “pesadas“, como cocaína, ou drogas consideradas “leves“, como a maconha, legalizada em diversos países para uso recreativo.

Nesta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o porte da maconha para uso pessoal no Brasil. Mesmo com a maioria para extinguir a penalidade já formada, a Corte ainda vai decidir alguns critérios que terão impacto em decisões judiciais futuras. Nesta quarta, a discussão segue para definição de uma quantidade fixa da substância para diferenciar o consumo próprio da prática de tráfico e o resultado oficial.

Com o resultado, fumar maconha continua proibido, porém sua penalidade se dará no âmbito administrativo, ou seja, não pode render penas criminais.