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Papa Francisco Condena Políticas de Dívida que Comprometem a Dignidade Humana

Pontífice Apela por Mecanismo Multinacional Solidário para Aliviar Crise da Dívida no Sul Global

O papa Francisco, cujos milhões de concidadãos argentinos sofrem com a pobreza, declarou nesta quarta-feira (5) que os governos enfrentando problemas de dívida não podem impor ao seu povo “privações incompatíveis com a dignidade humana“.

Após uma globalização mal administrada, seguida da pandemia e das guerras, estamos diante de uma crise de dívidas que afeta principalmente os países do sul do mundo, gerando miséria e angústia, e privando milhões de pessoas da possibilidade de um futuro digno“, lamentou Jorge Bergoglio durante uma audiência no Vaticano com participantes de uma conferência intitulada “A Crise da Dívida no Sul Global“.

“Consequentemente, nenhum governo pode exigir moralmente que seu povo sofra privações incompatíveis com a dignidade humana”, acrescentou Francisco, sem citar nenhum país específico.

Apelando por uma “responsabilidade compartilhada” entre quem financia e quem recebe, o pontífice defendeu “um mecanismo multinacional, baseado na solidariedade e na harmonia dos povos” que leve em conta as “implicações econômicas, financeiras e sociais” do endividamento. “A ausência deste mecanismo favorece o ‘cada um por si’, onde os mais fracos sempre perdem”, em um contexto em que “a dívida ecológica e a dívida externa são duas faces da mesma moeda”, afirmou.

A Argentina natal do papa está imersa em uma severa política de austeridade imposta pelo governo ultraliberal de Javier Milei, que em fevereiro se reuniu com Francisco no Vaticano em um espírito de apaziguamento, após tê-lo insultado repetidamente nos meses anteriores. Os cortes orçamentais aplicados pelo governo argentino estrangularam o poder de compra, com repercussões no consumo, na atividade econômica e no emprego. O país está em uma profunda recessão, e o desamparo social está em disparada.

163noticias.com.br com informações de O Liberal