O Papa Francisco foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana e está em um estado clínico complexo, conforme anunciado pelo Vaticano nesta segunda-feira (17). Segundo o comunicado, o pontífice enfrenta um quadro de bronquite, que se agravou com a presença de vários microrganismos, exigindo ajustes no tratamento.
A infecção polimicrobiana ocorre quando diferentes tipos de agentes patogênos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas, atuam simultaneamente. Segundo um estudo publicado na revista The Lancet, a interação entre esses microrganismos pode agravar a doença, uma vez que um patógeno pode criar um ambiente favorável para outros se instalarem. Por exemplo, infecções virais no trato respiratório podem comprometer a barreira protetora do organismo, favorecendo a adesão de bactérias e resultando em superinfecções.
O infectologista Davi Uip, em entrevista à CNN, explicou que a bronquite pode ter diferentes causas, incluindo fatores alérgicos, inflamatórios e infecciosos. “Neste caso, o boletim médico do Vaticano confirma que a bronquite do Papa é infecciosa e causada por vários agentes”, afirmou. Segundo ele, exames laboratoriais avançados, como testes moleculares de secreção orofaríngea e brônquica, permitem identificar com precisão os microrganismos envolvidos e determinar o tratamento mais adequado.
A infectologista Rosana Richtmann reforçou que o tratamento da infecção polimicrobiana precisa abranger todos os agentes identificados. “Se a infecção for causada por vírus e bactérias, por exemplo, o tratamento incluirá antivirais e antibacterianos”, explicou. Ela destacou ainda que, embora a infecção envolva mais de um patógeno, o tratamento segue padrões estabelecidos e é ajustado conforme os germes detectados nos exames.
O infectologista Renato Kfouri apontou que infecções respiratórias polimicrobianas podem envolver vírus como a influenza e a Covid-19, além de bactérias como Staphylococcus e Streptococcus. Ele esclareceu que, em quadros mais graves, o tratamento pode incluir medicamentos de amplo espectro, como antibóticos para diferentes tipos de bactérias e antifúngicos.
Nos últimos dias, apesar do estado de saúde fragilizado, o Papa Francisco manteve sua agenda oficial com algumas adaptações. Ele precisou de auxílio para concluir sua homilia em duas ocasiões e foi internado na última sexta-feira (14) para monitoramento médico.
A evolução do quadro do pontífice segue sob acompanhamento constante da equipe médica do Vaticano, que continua ajustando o tratamento conforme necessário.
Com informações da CNN