Subtenente da PM é denunciado por homicídio premeditado de jovem em bar de Colniza

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) denunciou, nesta quarta-feira (2), o subtenente da Polícia Militar e diretor do Colégio Militar Tiradentes de Colniza, Elias Ribeiro da Silva, de 54 anos, pelo assassinato premeditado de Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos. O crime ocorreu na noite de 23 de março de 2025, em um bar no município, localizado a 1.065 km de Cuiabá.

Segundo a denúncia, momentos antes do homicídio, Elias confidenciou a uma testemunha que estava com vontade de matar alguém naquela noite. Após passar o dia consumindo bebida alcoólica, o militar demonstrou irritação quando algumas mulheres que estavam com ele decidiram sentar-se à mesa de Claudemir. Em tom agressivo, teria dito que era capaz de matar todos os presentes.

Pouco depois, o subtenente se aproximou da mesa da vítima, iniciou uma rápida conversa e, sem qualquer provocação, efetuou disparos à queima-roupa. Claudemir estava distraído com o celular no momento do ataque e não teve chance de defesa. Imagens do circuito de segurança do local confirmaram a execução deliberada.

O MPMT considera que o crime foi motivado por ciúmes, classificado como motivo fútil, já que o acusado se sentiu frustrado com a atenção das mulheres direcionada a Claudemir. A Promotoria de Justiça de Colniza solicitou, além da condenação do policial, o pagamento de indenização mínima de R$ 500 mil por danos morais e materiais à família da vítima.

Elias tentou justificar sua ação alegando que Claudemir estaria envolvido com uma facção criminosa e teria feito ameaças contra sua vida. No entanto, a investigação descartou qualquer vínculo da vítima com o crime organizado.

Entenda o caso

Claudemir Sá Ribeiro, que trabalhava como segurança em uma fazenda, foi morto a tiros dentro de um bar em Colniza. Testemunhas acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas a vítima já havia falecido quando a equipe chegou.

Claudemir ficou conhecido em 2019, junto com seu irmão Paulo Henrique, por construir uma réplica da aeronave Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizando peças como motor de Fusca, madeira, zinco e metalon — uma curiosidade que chamou atenção na região.