Alzheimer: Entenda como funciona o donanemabe - 23/04/2025 - Equilíbrio e Saúde

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o Kisunla (donanemabe) primeiro medicamento destinado exclusivamente para o tratamento de Alzheimer na última terça-feira (22). Com características de atuação biológica, o fármaco fabricado pela Eli Lilly não trata os sintomas motores da doença, como perda de memória, desorientação, mudanças na personalidade e comportamento, mas pode ajudar no atraso da progressão da doença.

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O neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Paulo Caramelli diz que o tratamento é inovador por interferir num mecanismo central da doença, mas que isso não significa melhora clínica nos pacientes.

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"O que se vê é uma redução da velocidade de progressão dos sintomas, tanto do declínio cognitivo, quanto do declínio funcional", diz Caramelli.

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Como funciona e para quem é indicado?

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Desde os anos 1990, é sabido que a doença de Alzheimer se desenvolve pela presença da proteína amiloide ou beta-amiloide no cérebro, segundo Caramelli. "Então o que se acredita é que ao remover essa amiloide aconteça uma modificação na progressão da doença ao longo do tempo", diz.

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E é assim que donanemabe funciona. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro e o medicamento atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, prometendo um retardamento da progressão da doença.

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O medicamento é indicado para estágios mais leves de Alzheimer, ou seja, quando há um comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença em sintomática inicial.

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Para Caramelli, o tratamento pode ainda ser combinado com outros fármacos para melhora dos sintomas motores.

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De acordo com ele, também é necessário um diagnóstico preciso do desempenho cognitivo e funcional do paciente, junto com a confirmação do diagnóstico de Alzheimer, para saber em quais casos prescrever o donanemabe.

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Como é a aplicação?

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O donanemabe será comercializado de forma injetável, podendo ser administrado uma vez por mês. A embalagem do medicamento contém ampolas com doses de 20 mililitros, vendidos sob prescrição médica.

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Para Caramelli, por conta da aplicação, é importante que centros de infusão sejam preparados para auxiliar os pacientes que forem fazer uso do medicamento de uma forma segura.

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"O que recomendamos é que inicialmente essas medicações sejam avaliadas em centros de referência com profissionais, com equipes multiprofissionais ou multidisciplinares, por profissionais com expertise, experiência na área, com toda a infraestrutura requerida e necessária", diz Caramelli.

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Quais são as contra-indicações e efeitos colaterais?

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No Brasil, a Anvisa não recomenda o medicamento para pacientes de Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4).

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"Nos estudos com essa medicação, assim como com o lecanemab, outro medicamento que também retarda os efeitos iniciais do Alzheimer, os efeitos colaterais são especialmente mais frequentes nesses pacientes", diz Caramelli.

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Outros sinais de alerta para evitar o uso do medicamento são para pacientes que fazem uso de anticoagulantes e para aqueles que possam ter hemorragias ou edemas cerebrais —características que pode acometer portadores da doença de Alzheimer.

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O especialista alerta ainda para que o medicamento só seja receitado para pacientes em boas condições clínicas. "Acho importante acrescentar ainda que essa medicação não é destinada para pessoas que estejam sem sintomas, por exemplo, ou que tenham apenas uma queixa subjetiva", completa.

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De acordo com Caramelli, não há dados que mostrem que essa medicação é eficaz nesses estágios ainda mais precoces da doença, assim como não há evidências de que pacientes com demência moderada ou grave se beneficiem dessa medicação.

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Dentre os principais efeitos colaterais com o uso de donanemabe estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe, e dores de cabeça.

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Quais são as controvérsias envolvendo medicamentos do tipo?

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Para Caramelli, a eficácia clínica constatada nos estudos sobre o medicamento publicados até o momento são modestas.

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"O efeito biológico é inequívoco. Essas medicações fazem o que se propõe a fazer. Elas limpam e retiram os depósitos de proteína beta-amilóide no cérebro de forma extremamente efetiva. A questão é que isso não se traduz num benefício clínico expressivo", afirma.

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De acordo com o médico, não são observáveis melhoras clínicas nas pessoas tratadas com medicações como donanemabe e lecamenab —o que provoca, inclusive, um impasse para a aprovação desses medicamentos por outras agências reguladoras do mundo, como a EMA (Agência Europeia de Medicamentos).

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Hoje, o donanemabe é aprovado para comercialização no Brasil e nos Estados Unidos. A agência de saúde europeia não aceitou a solicitação para venda na União Europeia.

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Já o lecanemab está disponível para venda na União Europeia e nos Estados Unidos. No Brasil ainda não há expectativa de aprovação do medicamento.

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Quais os preços e disponibilidade do donanenabe?

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Ainda sem valor definido pela Anvisa para venda no Brasil, nos Estados Unidos o donanemabe é vendido por US$ 695 o frasco (cerca de R$ 3.950 na conversão atual).

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O tratamento anual com o remédio nos EUA sai por, aproximadamente, US$ 32 mil (ou R$ 181 mil).

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Fonte: Folha de S. Paulo

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