Entenda o que Lula falou sobre Holocausto e Israel

No último domingo (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). afirmou que "o que está acontecendo na Faixa da Gaza não é uma guerra, mas um genocídio" fez referências às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.

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“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele, durante a entrevista coletiva que encerrou sua viagem à Etiópia.

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Lula respondia a uma pergunta sobre a decisão de seu governo de fazer novos aportes de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).

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A agência é a principal responsável por alimentar, educar, dar saúde e moradia para milhões de refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, Síria, Jordânia e Líbano.

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Israel alega que alguns de seus funcionários teriam participado dos ataques terroristas dos Hamas contra civis israelenses no dia 7 de outubro do ano passado.

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Israel diz a embaixador que Lula é “persona non grata”

O ministro das Relações Exteriores israelense disse que o presidente Lula será considerado uma "persona non grata" no país até que haja “uma retratação” das declarações dele relacionando o ditador nazista Adolf Hitler e a guerra na Faixa de Gaza.

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“Não esqueceremos e não perdoaremos. É um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – informe ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que ele se retrate”, disse Israel Katz ao embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, durante reunião em Jerusalém.

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Lula chama de volta embaixador do Brasil em Tel Aviv

O governo brasileiro decidiu chamar de volta ao país o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, na segunda-feira (19).

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Em meio à crise diplomática com o governo de Israel, Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com o assessor especial da presidência Celso Amorim, ministros e auxiliares. O Itamaraty pensa na melhor forma de resolver a questão, sem precisar recuar sobre ela.

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Segundo apuração da CNN, Lula deixou claro que quer manter o posicionamento contra as ações do governo israelense, mas também quer reforçar que a crítica não se estende ao povo judeu.

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A posição do governo de manter o posicionamento do presidente muda atitude que vinha sendo tomada pelo executivo de mediar o conflito e pedir por um cessar-fogo.

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Sem pedido de desculpas, chanceler brasileiro repreende embaixador de Israel

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve uma conversa de aproximadamente meia hora com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, em que demonstrou “surpresa e desconforto” com a postura do governo israelense em resposta às declarações do presidente Lula.

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O encontro ocorreu na segunda-feira (19) à tarde, no Rio de Janeiro, onde Vieira está para os preparativos da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20.

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Segundo relatos feitos à CNN por interlocutores do chanceler brasileiro, não houve pedido de desculpas a Zonshine, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cobrou de Lula.

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De acordo com as fontes, Vieira usou um tom cordial, mas firme, em defesa do posicionamento adotado pelo Brasil.

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“Se queremos preservar as relações bilaterais, o que é de interesse de ambos, o que ocorreu hoje não contribui em nada”, teria dito Vieira, conforme relatos.

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A convocação do embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma visita ao museu do Holocausto Yad Vashem e uma reprimenda pública do chanceler israelense foram vistas no Itamaraty como um “espetáculo” do governo Netanyahu.

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Nas palavras de interlocutores próximos de Vieira, algo “inaceitável” e totalmente fora das práticas da diplomacia.

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Na visão do Itamaraty, o embaixador brasileiro foi “tocaiado” em Tel Aviv. E teve que ouvir críticas em hebraico sem intérprete.

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Depois do encontro, Meyer foi chamado de volta a Brasília para “consultas”. No jargão diplomático, isso demonstra a insatisfação de um país com outro.

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“Fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu”, diz Janja

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, usou as redes sociais para defender a fala do presidente Lula sobre o conflito na Faixa de Gaza.

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“A fala [do presidente] se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises”, escreveu Janja.

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Na publicação, Janja afirmou ter orgulho do marido “que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas”.

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Complementou afirmando ter certeza de que se o presidente tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra Mundial, “teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus” e ainda cobrou indignação pelo assassinato de crianças no conflito.

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Confira a íntegra da fala de Janja

“Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o Presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus.

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A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises.

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Perguntei certa vez a uma jornalista porque a imprensa não divulga as imagens do massacre em Gaza, ao que ela me respondeu: “porque são muito fortes as imagens das crianças mortas”. Se isso não é esconder o genocídio, eu não sei o que é.

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É preciso que o mundo se indigne com o assassinato de cada uma dessas crianças e que se una, urgentemente, na construção da paz!”

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Oposição assina pedido de impeachment de Lula

Mais de 100 deputados assinaram um pedido de abertura de processo de impeachment contra Lula. A proposta foi apresentada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na segunda-feira.

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Nomes como os dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), além do ex-ministro do Meio Ambiente do antigo governo e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), compõem a rol dos parlamentares que concordaram em propor a retirada de Lula do Planalto.

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Os parlamentares defendem as declarações de Lula “configuram um crime de responsabilidade”.

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A equipe de Zambelli disse à CNN que o pedido será protocolado na Câmara nesta terça-feira (20).

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