Mato Grosso se consolida como o segundo maior produtor de etanol do Brasil, gerando um total de 5,72 bilhões de litros do biocombustível. Segundo dados divulgados pelas Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT) e pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), esse resultado representa o maior crescimento já registrado no estado em termos de produção de etanol.

A pesquisa revela um crescimento significativo de 32% na produção em relação à safra anterior, que alcançou 4,34 bilhões de litros. Para a próxima safra, estimativas apontam que Mato Grosso poderá produzir cerca de 6,30 bilhões de litros de etanol, representando um aumento de 10,03%. Deste volume, aproximadamente 5,207 bilhões de litros serão provenientes do milho e 1,088 bilhão de litros da cana-de-açúcar.

É a primeira vez que Mato Grosso conquista a posição de segundo maior produtor nacional de etanol, ficando atrás apenas de São Paulo. Esse crescimento é resultado da expansão da capacidade produtiva das usinas e do desempenho aprimorado das indústrias.

Dos 5,72 bilhões de litros produzidos nesta safra, 4,54 bilhões de litros são provenientes do milho e 1,18 bilhão de litros da moagem da cana-de-açúcar. Desse total, 3,73 bilhões de litros correspondem ao etanol hidratado, utilizado diretamente como biocombustível, e 1,99 bilhão de litros ao etanol anidro, adicionado à gasolina.

Atualmente, Mato Grosso conta com 18 indústrias de etanol que, além de produzir o biocombustível, fornecem óleo de milho, fertilizantes, proteína vegetal para alimentação animal, levedura, emitem créditos de carbono e geram energia elétrica a partir de resíduos.

A produção de milho foi um dos destaques desta safra, com Mato Grosso produzindo 43,8 milhões de toneladas, o que representa 38% da safra nacional. A moagem de milho também atingiu níveis recordes, totalizando 10,11 milhões de toneladas, um crescimento de 37,86% em relação ao ano anterior.

O rendimento industrial na produção de etanol a partir do milho atingiu 449,27 litros por tonelada, sendo que Mato Grosso é responsável por 72% da produção nacional de etanol de milho. Outro destaque foi a produção de grãos secos de destilaria (DDG), um subproduto do etanol de milho utilizado na alimentação animal, que alcançou 2,12 milhões de toneladas nesta safra.

Quanto à cana-de-açúcar, houve um aumento de 10,6% na moagem, totalizando 17,65 milhões de toneladas. Destas, 12,08 milhões de toneladas foram destinadas à produção de etanol e 5,57 milhões de toneladas à produção de açúcar. O açúcar registrou um volume recorde de 537,7 mil toneladas, um aumento de 7% em comparação com a safra anterior.

Esse cenário é impulsionado pela menor oferta de açúcar no mercado internacional, devido à quebra de safra da cana em países asiáticos como Índia e Tailândia, o que tem estimulado os preços no mercado mundial e aumentado a demanda pelo produto brasileiro.