O pé diabético é uma complicação séria que pode surgir em indivíduos com diabetes não controlado, podendo levar à amputação dos membros inferiores se não tratado de forma adequada. Essa condição se manifesta por alterações nos pés, incluindo pele rachada, perda de sensibilidade, dormência e, em casos mais graves, o surgimento de lesões que não cicatrizam. Estima-se que entre 40% a 80% dessas lesões podem resultar na perda do membro.
Os sintomas do pé diabético variam conforme a gravidade da condição, sendo os mais comuns:
Esses sintomas costumam aparecer de forma gradual, e o paciente pode apresentar mais de um deles.
Para o diagnóstico, é recomendado coletar a história clínica, descartar outras causas além do diabetes e utilizar ferramentas simples para avaliar a sensibilidade da área, conforme explica Hermelinda Pedrosa, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e vice-presidente do D-FOOT International e da International Diabetes Federation (IDF).
O tratamento do pé diabético depende da gravidade da doença e dos sintomas de cada paciente. Em geral, as abordagens incluem:
Hermelinda ressalta que o tratamento do pé diabético requer um acompanhamento interdisciplinar, envolvendo médicos clínicos, endocrinologistas, infectologistas, cirurgiões vasculares, ortopedistas e enfermeiros.
De acordo com especialistas, cerca de 80% das amputações decorrentes do pé diabético podem ser prevenidas. Para isso, é crucial identificar pessoas em risco de desenvolver úlceras como parte de uma política de prevenção em saúde.
É fundamental que pessoas com diabetes sejam avaliadas anualmente para neuropatia e doença arterial, recomendando-se check-ups para avaliar a saúde dos olhos, rins, coração e cérebro. Muitos pacientes descobrem as complicações apenas quando já apresentam uma úlcera, que não é uma simples ferida e requer tratamento imediato por uma equipe especializada. Assim, as amputações, que ocorrem em 40% a 80% dos casos, podem ser evitadas.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de pessoas no Brasil têm diabetes, o que representa 6,9% da população. A doença resulta da produção insuficiente ou da má absorção de insulina, hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue e transformá-las em energia.
O diabetes pode causar elevação da glicemia, levando a diversas complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos. Para prevenir o pé diabético, é essencial manter o controle dos níveis de glicose no sangue.
“A prevenção se dá por meio do bom controle glicêmico, avaliação do estado dos pés em cada consulta e a adoção de cuidados, como evitar sapatos apertados, não andar descalço e secar bem entre os dedos após o banho para prevenir micoses”, explica Ana Cristina Belsito, chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ).
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