O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, tendo Petrobras entre os principais suportes na esteira do avanço do petróleo no exterior, assim como os bancos, em meio a novos sinais de dificuldade para aprovação no Congresso das medidas fiscais do governo, que incluem aumento da tributação no setor financeiro.
Dados de inflação mais fracos do que o previsto nos Estados Unidos, que serviram como gatilho para alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, e um acordo comercial entre Washington e Pequim também endossaram o fechamento positivo na bolsa paulista pelo segundo pregão consecutivo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,51%, a 137.128,04 pontos, após marcar 135.627,75 pontos na mínima do dia, nos primeiros negócios. No melhor momento da sessão, chegou a 137.530,69 pontos. O volume financeiro somou R$21,56 bilhões.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), alertou mais de uma vez nesta quarta-feira que o pacote do governo para compensar mudanças no decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mês passado enfrentará resistência no Congresso Nacional.
À tarde, partidos de oposição, incluindo PP e Republicanos, que têm ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgaram uma nota manifestando “desacordo com as medidas meramente arrecadatórias anunciadas pelo governo federal” e criticando a política fiscal do Executivo.
No domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, após reunião com lideranças partidárias, medidas para recalibrar o decreto do IOF, o que gerou insatisfação geral. Entre as iniciativas, estão a taxação de títulos isentos e cobranças maiores sobre bets e instituições financeiras.
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Na véspera, Haddad também confirmou a implementação de uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda para aplicações financeiras e previu aumentar a tributação sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% no mês passado, depois de alta de 0,2% em abril, informou o Escritório de Estatísticas do Trabalho, do Departamento do Trabalho, nesta quarta-feira. No período de 12 meses até maio, o índice avançou 2,4%, de 2,3% em abril.
Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% na base mensal e de 2,5% na anual.
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Na visão do economista Brian Rose, do UBS, na margem, os resultados relativamente fracos da inflação nos últimos três meses facilitam o corte das taxas pelo Federal Reserve.
“No entanto, antes da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central dos EUA) da próxima semana, nossa visão continua sendo a de que o Fed precisará de dados mais fracos do mercado de trabalho para retomar os cortes de juros”, afirmou em relatório a clientes nesta quarta-feira.
“Nosso cenário base prevê cortes de 100 pontos-base a partir de setembro, mas isso pode ser adiado se o crescimento da folha de pagamento permanecer sólido ao mesmo tempo em que as tarifas pressionam a inflação”, acrescentou.
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No campo das tarifas, o presidente Donald Trump afirmou nesta quarta-feira que o acordo dos EUA com a China está concluído, com Pequim fornecendo ímãs e minerais de terras raras enquanto Washington permitirá estudantes chineses em suas faculdades e universidades.
Uma autoridade da Casa Branca disse que o acordo permite que os EUA cobrem uma tarifa de 55% sobre produtos chineses importados. Isso inclui uma tarifa “recíproca” de 10%, uma taxa de 20% pelo tráfico de fentanil e uma tarifa de 25% que reflete taxas pré-existentes.
A China cobrará uma tarifa de 10% sobre as importações dos EUA, disse a autoridade.
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Em Nova York, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano cedia a 4,416% no final da tarde, de 4,474% na véspera, mas o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, abandonou o sinal positivo e fechou com declínio de 0,27%.
A piora em Wall Street ocorreu após notícias de que os EUA estão preparando uma retirada parcial de sua embaixada no Iraque devido ao aumento dos riscos de segurança na região.
– PETROBRAS PN fechou em alta de 3,33% e PETROBRAS ON valorizou-se 2,93%, favorecidas pela performance robusta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou com elevação de 4,34%, a US$69,77. No setor, BRAVA ENERGIA avançou 3,03%, PRIO ON encerrou com acréscimo de 1,74% e PETRORECONCAVO ON subiu 2,7%.
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– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,92% e BRADESCO PN ganhou 3,1%, com notícias sugerindo dificuldade de aprovação de medidas como aumento da CSLL sobre o setor financeiro. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 4,65%, tendo ainda no radar relatório do UBS BB elevando a recomendação dos papéis a compra e o preço-alvo de R$30 para R$38. BANCO DO BRASIL ON foi exceção e encerrou com queda de 0,65%.
– VALE ON cedeu 0,88%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato de setembro na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 1%, a 707 iuanes (US$98,39) a tonelada.
– GERDAU PN perdeu 3,68%, no segundo dia seguido de ajuste negativo, após forte valorização recente. Do começo do mês até a segunda-feira, os papéis tinham subido 16,5%, com expectativas otimistas sobre os reflexos do aumento das tarifas de importação de aço pelos EUA nos resultados da companhia. A Bloomberg também noticiou que EUA e México estão perto de um acordo para aliviar as tarifas para o aço mexicano.
– TIM ON valorizou-se 3,51%, em sessão positiva no setor, com TELEFÔNICA BRASIL ON avançando 2,41%.
– MRV&CO ON terminou com acréscimo de 2,48%, no quarto pregão consecutivo de valorização e ampliando a recuperação em junho após fechar maio com perda acumulada de 10,6%. O índice do setor imobiliário, que também inclui papéis de empresas de shopping centers, caiu 0,73%.
Fonte: infomoney
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