Capacitação em Sistemas Agroflorestais promove desenvolvimento sustentável

Nesta última sexta-feira (14), foi realizada a parte prática do curso “Sistemas Agroflorestais (SAFs), Viveiros e Mudas Agroflorestais” em duas propriedades rurais de Altamira, no oeste paraense. A iniciativa, destinada a promover o desenvolvimento sustentável na região, reuniu técnicos das secretarias de Agricultura e Meio Ambiente dos municípios ao longo da Transamazônica (BR-230), na Região de Integração Xingu.

A atividade faz parte do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, conduzido pelo Consórcio Intermunicipal da Transamazônica e Xingu (CIDS) e pela empresa Flora Amazônia, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). O objetivo é capacitar técnicos municipais para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos agroflorestais.

Durante o curso, os participantes puderam observar exemplos de doenças que afetam o cacaueiro e aprender estratégias para conter pragas. A parte prática proporcionou uma vivência essencial, permitindo que os técnicos identificassem in loco as características das doenças e os métodos de manejo adequado.

O evento contou com a presença do doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Miguel Alves. Ele esclareceu dúvidas dos técnicos e apresentou medidas eficazes para combater doenças que comprometem a produção de cacau, destacando a importância da prevenção e do controle fitossanitário.

Também abordamos pragas como Monalonion, lagarta e tripes. Pudemos demonstrar em campo, inclusive com armadilhas experimentais de alunos de pós-graduação, como capturar essas pragas. Fizemos um apanhado geral para identificar pragas e doenças e a melhor forma de diagnóstico e controle”, explicou o especialista.

Israel Oliveira, gerente do Escritório Regional do Xingu do Ideflor-Bio, destacou a qualidade do serviço prestado às comunidades que estão reflorestando a região. “Agora é possível recuperar áreas degradadas. O Prosaf (Programa de Sanidade em Agricultura Familiar) chegou a um modelo prático e técnico que os agricultores entendem, aumentando a renda e a segurança alimentar. O governo do Estado, as prefeituras e o CIDS estão cumprindo seus papéis, com o Pará liderando em questões ambientais”, enfatizou.

A capacitação foi além das questões fitossanitárias. Os técnicos também aprenderam sobre o desenvolvimento e manutenção de viveiros e mudas agroflorestais, essenciais para a restauração de áreas degradadas e o aumento da produtividade agrícola de forma sustentável. A troca de experiências entre participantes e especialistas foi um dos destaques do evento.

Laura Dias, gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais do Ideflor-Bio, ressaltou que o curso oferece novos conhecimentos e experiências para as comunidades com potencial produtivo na região, a maior produtora de cacau no Pará. “Esses técnicos, capacitados para melhor assistência aos produtores, incentivam a produção. O Ideflor-Bio participa, promovendo experiências exitosas de transferência de conhecimento”, frisou Laura Dias.

Ao final do curso, os participantes receberam certificados. Segundo Maxwell Medeiros, coordenador do Projeto 061-2015 do PDRS-X, a capacitação fortalece a região e os técnicos municipais, permitindo que levem o conhecimento aos produtores.

Vamos atender 30 famílias em cada município do território do Xingu e da Transamazônica. Este curso foi o início do projeto. Teremos dez treinamentos para incluir também os produtores. Vamos capacitar os agricultores sobre SAFs”, informou Medeiros.

No encerramento, Maxwell Medeiros entregou dois trados holandeses a cada técnico das secretarias Municipais de Meio Ambiente. Esses equipamentos são essenciais para coleta de amostras de solo, permitindo a implementação de estratégias precisas para a correção e melhoria da qualidade do solo.

Os técnicos municipais aprovaram a capacitação e destacaram a importância dessas iniciativas para a melhoria da gestão ambiental e agrícola na região do Xingu. A expectativa é que os conhecimentos adquiridos sejam aplicados em projetos locais, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e integrado.